Mercedes-Benz EQS
A política de eletrificação da Mercedes-Benz vai afetar diretamente os bolsos de seus concessionários. A matriz da empresa, na Alemanha, informou à divisão dos Estados Unidos que os lojistas precisarão reduzir suas margens a fim de auxiliar a montadora no custeio da “transição” aos elétricos. A informação foi revelada pela agência Automotive News.
De acordo com a agência, os lojistas precisarão abrir mão de 0,5 ponto percentual dos ganhos. A fatia virá da “margem de negociação” dos concessionários, que fica em torno de 6% do preço final de venda. “Eles estão buscando todas as oportunidades possíveis para compensar essa despesa e o corte de margem é uma maneira de conseguir isso”, pontua Jeff Aiosa, proprietário de uma concessionária Mercedes em Nova Londres, estado de Connecticut.
O retorno de vendas dos Mercedes nos EUA praticamente dobraram após a pandemia, destacou a montadora em uma reunião com seus distribuidores. Atualmente, o percentual está em 6,4%, ante os 3,3% aferidos antes da crise sanitária. “Os concessionários estão fazendo mais dinheiro do que nunca. Então, se há uma hora para baixar a margem, a hora é agora”, avalia Patrick Womack, gerente de uma loja em Billings, estado de Montana.
Segundo o site CarScoops, a Mercedes garantiu que não fará novos cortes ao longo dos próximos cinco anos. Em nota, o CEO da divisão americana, Dimitris Psillakis, disse que a montadora “não está atrás da lucratividade do lojista”. “Eu vejo que as prioridades na mente dos concessionários podem mudar no futuro. A margem é um condutor de desempenho, está relacionada a alguns critérios e acabará se ajustando aos carros elétricos”, avalia. Desse modo, a empresa dá a entender que os ganhos a serem obtidos futuramente com tais modelos compensarão a “mordida” atual.
A Mercedes planeja investir US$ 46 bilhões em veículos elétricos entre 2002 e 2030. Em 2025, eles devem representar metade do volume produtivo global da empresa.
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